terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A importância do papai em nossas vidas!

Meninas, quero falar de algo muito sério e fundamental.
Quanto temos deixado os papais participarem da vida de nossos pequenos?
Sei que muitas vezes é muito difícil deixarmos nossas opiniões de lado, nosso modo de cuidar e nossa mania de achar que a maneira como cuidamos de nossos filhos é a mais correta...
Conheço algumas pessoas que não tem apoio nenhum do marido nas tarefas de casa e dos cuidados com os filhos...
Será que isso acontece pelo jeito de ser dos maridos ou pelo nosso?
Quando o Miguel nasceu, percebi o quanto o Tiago amava aquele bebê. Percebi, que ele queria cuidar tanto quanto eu.
E comecei a respeitar sua opinião e seu jeito de pai. Da mesma forma que eu tenho minhas ideias de mãe, ele tem as dele de pai. E por que não deixa-lo demonstrar isso?
Os banhos comigo, eram desastrosos...o Miguel berrava! Algo como se estivéssemos afogando ele na banheira. Até eu assumir pra mim mesma, que o Tiago era muuuuuito melhor nessa tarefa que eu. Ele era mais calmo, mais seguro...conversava lentamente com o bebê e tudo ficava silencioso novamente...rs...
Sempre dividimos as tarefas...
Depois de um tempinho, quando as coisas já estavam mais tranquilas e entrando nos eixos, confesso que houve um momento de comodismo do Pai...já estava tudo certo e eu e o Miguel nos entendíamos bem demais. Talvez ele tenha se sentido "excluído" desse nosso momento e tirado o time de campo. Talvez, esteja aí o erro de muitas mães. Acham que estão seguras e se fecham em seu mundo com o bebê e excluem os pais da tarefa ( e depois ficam reclamando que o marido não ajuda!)...
Então, passei a solicitar a presença do papai novamente.
Sei o quanto isso é importante para todos nós como família.
Mudamos a rotina: o primeiro horário do dia sou eu quem cuido do bebê...depois, quando chegamos perto das 10h, acordo o papai, ele pega o neném e eu volto pra cama.
No restante do dia, faço almoço, limpo a casa e o Miguel e o papai não desgrudam mais.
E é muito possível que papai e neném, sejam tão íntimos quanto mamãe e neném.
Chego a ficar com ciúmes...rsrs...o Miguel dá muitas gargalhadas com o papai e comigo solta alguns risinhos sem graça. rsrs...
Com o papai ele dorme em poucos minutos no colo e comigo é um chororo sem fim...rs...
Mas, é aquele ciúme gostoso...que faz a gente parar de lavar a louça pra ir olhar o bebê gargalhando com as brincadeiras deliciosas do papai...Poxa, papai é um parque de diversão! Tem avião, montanha russa, carrinho de trombada...e a mamãe, o que tem pra oferecer?? Leite? Aff...isso já não é o suficiente! rsrs...
Brincadeiras a parte, deixo aqui meu apelo!
Incluam os papai na vida de seus filhos!
Intimidem, imponham tarefas e deveres de pai!
Proporcione ocasiões para que os dois fiquem sozinhos e se conheçam melhor!
E acima de tudo, confiem em seus maridos. Deixem que eles sejam pais. Os pais que sempre sonharam ser.
Eles também possuem instinto e sabem muito bem cuidar de suas crias.
Beijos

Cuidando além dos livros

Olá pessoal!!
Que saudade!
Infelizmente, meu computador partiu dessa pra melhor e agora só consigo entrar na internet quando venho até a casa da minha mãe. E ainda assim é super rápido...
Mas, estou com as palavras na ponta da língua (ou dos dedos?) para dois novos posts.
Vou aproveitar, já que o Miguel está dormindo profundamente...
Este post, é mais específico para mãezinhas de primeira viagem, que não sabem muito o que fazer com um bebê em suas mãos.
Vou contar um pouquinho da minha experiência!
Com o Miguel aprendi: teoria e prática são beeeeem diferentes!
Quando ele nasceu, achava que seria tudo lindo, afinal, havia comprado todos os meses da revista "Pais & Filhos" e "Crescer". Havia estudado direitinho a matéria "ser mãe"...e nada fugiria do controle.
Até eu me dar conta que ele mamava de hora em hora, não saia do meu colo e quando estava acordado só chorava.
Aí percebi que existem algumas coisas que as revistas não ensinam.
Revistam não ensinam sobre amor e instinto materno. Elas impõe ideias que parecem lindas e corretas...com base em que??
Comecei a surtar lentamente, e perguntava para o Tiago: será que ele vai ser aquelas crianças chatas, que ficam chorando o tempo todo? Não tínhamos uma resposta...e nem as revistas...
Quando chegava a madrugada, nós fazíamos revezamento de colo...eu dava de mamar, ficava com o bebê em pé e quando pensava que seria a hora de dormir, ele acordava e começava tudo outra vez...
Eu e o Tiago parecíamos zumbis...Nossos vizinhos nos encontravam e diziam educadamente: Nossa, vocês parecem cansados!
Deve ser porque realmente estávamos acabados.
As regras não estavam se adequando...tudo que eu havia estudado não estava acontecendo...a prática, a realidade era bem diferente do mundo da fantasia.
Então, parei, contei até três, respirei bem fundo e comecei a me ouvir...comecei a ouvir aquilo que chamam de instinto (ele realmente existe, acreditem!).
É como um animal. A fêmea que acaba que parir, sabe que deve comer a placenta até um certo limite, se não acaba comendo seu filhote. E quem ensinou isso a ela? A revista "Cães e Gatos"?
Não! Definitivamente NÃO! Puramente instinto...
O dicionário define a palavra como "caracterizado por atividades elementares e automáticas. Impulso espontâneo e alheio à razão, intuição."
Exatamente! E se eu pudesse acrescentaria: fazer aquilo que o seu coração de mãe acha sensato e correto para o seu bebê!
Aí, minha ficha começou a cair e as coisas começaram a ficar mais fáceis.
O sonho do quarto do bebê, lindo, cada coisa em seu lugar, o bebê no berço, a mamãe e o papai dormindo juntinhos, foi o primeiro que se desfez.
O berço, virou cesto de roupas que saiam do varal. O papai foi dormir no colchão no chão (com o cachorro) e a mamãe com o bebê na cama.
Percebi, que essa era a única forma em que conseguíamos dormir.
O Miguel ali, sempre ao meu lado e quando ele pensava em mamar, peito nele!
Alguns conservadores dizem que essa não é a melhor forma de educar seu filho, já que ele se torna dependente.
Eu digo sempre o contrário: Bebê seguro é adulto feliz!
Percebi que existem fases, momentos do bebê. Alguns eles precisam mais da gente, outros menos. E a noite, ainda é um lance que eles não conseguem superar sozinhos.
E aí eu pergunto: que mal há em seu bebezinho dormir junto com os pais na mesma cama? Tem coisa mais gostosa que essa? Todos juntos...papai, mamãe, bebê e cachorro? (Quando o cachorro não é espaçoso como o Tódi, é mesmo uma delícia!)
Que mal existe em amamentar seu filhinho de madrugada?
Enfim...ouço várias pessoas até hoje dizendo que preciso urgente de parar de dar mama para o Miguel na madrugada...e eu digo que não! Não devo parar...é ele quem vai me dizer quando parar...simples assim.
Hoje, essa questão da Cama Compartilhada, está muito bem resolvida por nós todos.
Tirei a grade do berço, deixei o colchão na mesma altura da nossa cama e juntamos tudo. Quando ele acorda querendo mamar, dou mama pra ele e voltamos a dormir...acordo várias vezes com o peito pra fora do sutiã e ele já está até roncando. Dormimos gostoso! E não acho nada ruim quando coloco ele na cama para mamar no outro seio e eu acordo dentro do berço...rsrs...
A questão do choro constante, também precisou de muita paciência e dedicação.
Quando não ouvimos nosso instinto, não conhecemos nossos filhos.
Passei a analisar, calmamente cada choro do Miguel...e percebi que estávamos fazendo tudo errado. Tentávamos fazer ele dormir quando ele queria ficar acordado, colocávamos ele deitado quando ele queria colo..enfim, tudo bagunçado. Só depois que paramos para prestar atenção no bebê, descobrimos suas reais necessidades.
O Miguel, no primeiro mês, era um bebê muito inseguro. Não gostava de ficar sozinho...então, passamos a dar muito colo...decidimos que nosso bebê não iria mais chorar e aí as alegrias e recompensas começaram a aparecer. Ele começou a sorrir e interagir com a gente.
Comprei o santo sling que nos ajudou muito nesse processo. Hoje, posso dizer tranquilamente que o Miguel é um bebê seguro graças a ajuda do sling.
Hoje, ele quase não chora...ainda é um bebê. Logicamente chora quando está com sono, ou com dor, ou com tédio...Mas, sempre fazemos questão de ouvir o que ele nos pede antes mesmo dele ficar de mal humor.
Nada de choro! Bebê seguro é adulto feliz!
Prezo pela felicidade do meu filho. Quero que ele seja uma criança tranquila, que tenha muitos amigos e que conte sempre com sua família para o que precisar. Por isso, estamos sempre aqui, desde os primeiros momentos de vida dele. Quero que o Miguel, seja um adulto bem sucedido, que seja feliz em qualquer profissão por ser uma pessoa segura. Quero que ele seja um bom marido e um ótimo pai. E para isso, imagino que ele precise de muita segurança e bons exemplos. É para isso que temos nos dedicado.
Acho que o método regrado de cuidar de bebês não se adequa a todos os casos.
Portanto mãezinhas, cuidem de seus filhos além das regras.
Aprendam a ouvir conselhos e tomar para si apenas aqueles que são saudáveis e viáveis ao modo de vida de sua família.
As únicas pessoas que realmente entendem os filhos são os pais.
E lembrem-se sempre: crianças são seres muito, muito superiores para serem comparadas umas as outras.

Beijos

Obs: em breve posto foto da cama compartilhada...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A dor e a delícia de amamentar!

Hoje, quero falar sobre um assunto que me deixa brava e um pouco indignada.
Quero falar a respeito do aleitamento materno.
Antes disso, devemos lembrar alguns de seus milhares de benefícios: as chances de depressão pós parto são reduzidas, já que cria-se um vínculo muito forte entre a mãe e o bebê; o útero volta ao seu tamanho normal mais rapidamente após o parto e as chances de cancêr de mama e de ovário são reduzidas. O bebê fica imune a diversas doenças e sua resistência é muito maior a um bebê que não é alimentado através deste meio. Enfim...ficaríamos horas e horas relatando cada vantagem...mas creio que todas as mamães já devem estar cansadas de saber disso.
Portanto, vamos ao ponto.
Vejo nitidamente, dia após dia, que o aleitamento materno, não é mais valorizado pelas mamães e tão pouco pelos pediatras. Hoje em dia, amamentar no peito exclusivamente até os 6 meses de vida do bebê é algo banal.
As mulheres esquecem suas origens. Esquecem de onde vieram.
Todos nós, seres humanos, somos denominados mamíferos, que segundo os dicionários tem por definição "seres que possuem glândulas mamárias e alimentam suas crias".
Pronto! Não precisamos de mais nada para acreditarmos em nosso potencial de produzir leite, não é mesmo?
Infelizmente, as coisas não são assim tão simples.
Andei lendo por aí, que a "espécie humana é a única entre os mamíferos em que
a amamentação e o desmame não são processos desencadeados
unicamente pelo instinto".
Ainda na maternidade, dividi o quarto com uma outra mãe que a meu ver, tinha preguiça de cuidar de seu filhote.
Um bebezinho que acabou de nascer está faminto, mas também está com muito sono. Sem contar, toda dificuldade que um recém-nascido tem para se alimentar nas primeiras vezes.
A tal mãe da maternidade, não conseguiu na primeira, nem na segunda e desistiu. Chamou a enfermeira e pediu uma mamadeira cheia de complemento para que o bebê pudesse se alimentar. E enquanto ela descansava, o bebê mamava com o pai ou com a avó!
Isso me deixava revoltada, tinha vontade de dar na cara dela! Folgada! Pra fazer o filho ela não teve preguiça né?!
Enquanto isso, eu continuei na minha luta e nas 48h que estive no hospital, fui a paciente mais chata. Chamava as enfermeiras todas as vezes que o Miguel queria mamar, porque eu sozinha não dava conta de faze-lo pegar meu peito. Tinha muito medo de que meu peito ficasse ferido e eu não pudesse mais alimentá-lo, então, fiz que fiz até conseguir entender como era a tal "pega" correta que o neném deveria fazer.
Mas, a preguiça não é só da parte das mães não, muitas enfermeiras que estavam no hospital, não faziam questão nenhuma de nos ajudar e ensinar.
Mas para mim, isso não foi um problema. Eu levantava, as 4h da manhã e ia até a sala das enfermeiras, com o Miguel berrando pelos corredores e pedia que elas me ajudassem.
No primeiro dia após seu nascimento, fizeram um teste de glicemia no Miguel e viram que a taxa de açúcar estava baixa e a enfermeira simplesmente, com essas palavras, me disse: "Vamos ter que levar o seu bebê pra tomar uma mamadeirinha de complemento". HA HA HA pra ela! Quero ver quem vai tirar ele do meu colo. Foi exatamente o que eu respondi pra ela.
Peguei minha cria, saí do quarto, achei um corredor silencioso e comecei a chorar, tamanho o cansaço do momento e conversei com o Miguel. Disse pra ele que nossa batata tava assando e que a gente tinha que se entender. Eu estava ali, pronta pra ele e ele pronto pra mim. E aí, conseguimos chegar a um resultado juntos. Ele mamou super bem, e o próximo exame de glicemia já indicava melhora.
Depois disso, as coisas ficaram difíceis.
Realmente, é muito complicado se manter firme na amamentação. Querendo ou não, estamos falando de algo cansativo, que consome nosso tempo e nossas energias.
O Miguel sempre foi guloso. No primeiro mês, eu parecia uma árvore plantada na minha sala. Ficava praticamente o dia todo dando "mama".
Ele mamava por 1 hora, dormia e acordava várias vezes, e depois era aquele longo processo de meia hora pra arrotar. Nessa meia hora, quando dava 29min, ele acordava e queria mamar outra vez. E ficava por mais uma hora no peito. Depois arrotava, e quando eu colocava ele no berço, ele acordava e queria mamar mais uma vez...e era assim que eu passava meus dias. Aniquilada.
Não conseguia levantar, me sentia fraca, sem energia, não tinha tempo pro comer, tomava banho de gato (infelizmente ainda não posso me dar ao luxo de um banho longo...) e dependia 100% do meu marido para que eu pudesse tomar um copo de água.
Tenho certeza que é nesse momento que a mulher desiste de amamentar. A mãe fica desesperada, parece que não teremos mais vida fora a amamentação...
Mas, existe uma boa notícia nisso tudo...depois de um tempo passa. O bebê se acalma, começa a ficar saciado por mais tempo, não sente aquela fome monstruosa e começa a te olhar enquanto você o amamenta...e aí minha amiga, começam as alegrias.
Perder horas do seu dia, olhando seu pequeno mamar não pode ser considerado uma perda!
É um momento único.
Falava para o meu marido que eu queria muito que ele tivesse a oportunidade de dar mama uma única vez para sentir a alegria que é. Para ver o bebê daquele angulo, daquela distância, que só as mães tem o privilégio de ver.
Quem me conhece, acha mesmo que eu desistiria? Acha mesmo que eu pararia de amamentar por exaustão?
Hoje, o Miguel mama em intervalos maiores para se alimentar. Mas, não nego o peito nos outros momentos.
Ele mama quando tá com sono, quando tá entediado, quando tá com sede, quando tá bravo...enfim, mama a hora que ele quer e o tanto que ele quer...e pasmem, isso não me causa mal algum!!
Não fico mais cansada por isso...pelo contrário, prefiro que seja assim do que ter que ficar olhando em relógio, preocupada com horário, quantidade, peso...isso cansa muito mais!
Sabe, não quero julgar as mães que não amamentam exclusivamente de leite materno. Sei que cada uma tem seu motivo, suas dores, suas dúvidas e principalmente seus péssimos pediatras.
Hoje em dia, é muito mais fácil pra todo mundo, se basear em uma escala de peso, baseada em nada, e acreditar que nossos bebês não são capazes de ganhar peso com o nosso leite.
Poxa mulherada, tá faltando a gente acreditar no nosso potencial, não é mesmo?!
Na minha mera opinião, não existe leite fraco, não existe pouco leite. Existem mães que ainda não conseguiram se sintonizar com seu filho para poder saber o que ele realmente necessita.
Ouço muito dizerem que o bebê chorava muito, porque o peito tava murcho e não tinha leite. Esse é o maior mito que rola entre as lactantes. O leite, é produzido enquanto o bebê mama. E quando o peito está cheio isso é apenas 25% do leite que o bebê irá consumir. Os outros 75% é produzido durante a mamada, com o peito murcho.
Existem estudos que relatam que apenas 2% das mulheres não podem amamentar MESMO, DE VERDADE! Por algum problema que realmente existe.
Passo a noite inteira deitada de um mesmo lado e quando o Miguel quer mamar, dou o mesmo peito pra ele. Por várias vezes, a noite inteira. Acordo, com o peito caído lá no meu joelho e se eu der outra vez ele mama sem problema nenhum!
A produção não para mulherada!
Voltando aos pediatras, hoje estive no meu.
Falei pra ele que estava desesperada que minha licença maternidade está terminando este mês e que terei que voltar ao trabalho e que não quero parar de amamentar. E ele disse com a maior naturalidade que era só eu tirar o leite e dar na mamadeira.
Desculpa doutor, mas isso não é natural pra mim! Não vou dar mamadeira, não vou incentivar meu filho a um desmame precoce.
É muito difícil para eles pedir que a mãe alimente o bebê através de um copinho, ou uma colherzinha, ou qualquer outra coisa que não tenha um bico e confunda a cabeça do bebê e facilite sua vida fazendo com que ele prefira aquele bico?
Enfim, minha revolta se dá, não por aquelas mães que garantem ter algum problema para amamentar seus filhos (mesmo que não tenham) e esses já estão 100% adaptados a nova vida sem "teta". Fico triste, com aquelas mãezinha que querem muito amamentar, que choram todos os dias porque tomaram alguma decisão baseada na opinião de um pediatra mal informado e hoje não conseguem amamentar seus filhos de apenas 3 meses de vida. Fico chateada, porque elas dão o sangue, passam 24h tentando mil maneiras de fazer o bebê pegar o peito enquanto o pequeno só quer saber de mamadeira e chora de raiva quando a mãe tenta dar o peito...Isso sim me magoa. Tenho vontade, de pegar o bebê pra mim e eu mesma amamentá-lo pra ver se resolve!
Mas, como isso não é possível, só me cabe tirar disso tudo algumas lições...
Primeira delas: Não existem regras. Cada bebê é de um jeito e cada mãe descobre com os dias como lidar com seu filho.
Depois disso, devemos sempre lembrar de três palavras que me dão força até hoje nos momentos de cansaço: amamentar é questão de DEDICAÇÃO, PACIÊNCIA E AMOR! E isso infelizmente é para poucos!
E por fim, devemos sempre ver o lado positivo da amamentação. O lado delicioso de sentir o cheirinho do seu filho, o lado saboroso de vê-lo mamar com tanta vontade e o lado satisfatório de ver o quando vocês precisam um do outro.
Hoje, o Miguel está com 3 meses e 6 dias, pesando 7150 kg e com 64 cm. Mama exclusivamente o meu leite. Meu potente leite materno!
E meu coração está partido em saber que daqui 3 meses ele passará a se alimentar com frutinhas papinhas e não mais somente no peito...se eu pudesse, daria mama pra ele até os 25 anos...rsrs...


Esse olhar não tem preço!


Recomendo o texto a baixo:

http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5s0/v80n5s0a06.pdf

Beijos

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Como ele veio ao mundo...

No momento em que ouvi o Miguel chorando a primeira vez aprendi uma lição pra vida toda: Nunca desista de um sonho. Nunca deixe com que ele se perca pelo caminho...
Infelizmente, essa lição aprendi através da dor! O momento mais importante da minha vida, o mais esperado, se tornou o mais frustrante.
Por Deus, o Miguel veio ao mundo cheio de saúde. Forte e saudável. Nasceu no dia 18 de junho de 2012 pesando 3675 kg e com 51,5 cm. Um tourinho!
Mas, sua chegada ao mundo não foi como eu esperava...
Durante toda a minha gestação me preparei para um parto normal. Mas não era o suficiente para mim. Queria mais. Comecei a estudar os procedimentos hospitalares e fui ficando cada vez mais decepcionada em como alguns profissionais trazem as crianças ao mundo.
Passei a ver vídeos e mais vídeos de partos humanizados. Partos em que as mulheres tomam as rédeas daquele momento e agem através de seus instintos. Partos no qual os profissionais envolvidos agem de maneira respeitosa e invisível, para que aquele seja um momento apenas da família.
Pronto! Havia decidido...era o que eu queria pra nós.
Aos poucos, fui convencendo meu marido da ideia e mostrando pra ele quanto isso era mais saudável. Me preparava dia após dia para aquele momento. Queria muito sentir essa dor...dor que me traria minha maior alegria. Uma dor que não é de sofrimento...dor que tem um objetivo final cheio de beleza.
Procurei uma doula para que me acompanhasse em meu parto. Ainda não estava certa sobre ter o Miguel em casa. Além de isso me custar uma nota, não achava naquele momento que fosse a escolha mais segura.
Estávamos com horário marcado para a conversa com a doula, para acertamos todos os detalhes e eu e o Tiago, meu marido, resolvemos ter uma última conversa sobre nossa escolha. E não sei por qual motivo, chegamos a conclusão de que o momento do nascimento do Miguel, deveria ser um momento nosso, apenas nosso! Que talvez a doula nos atrapalhasse.
E foi aí que comecei a errar.
Não fomos a nossa reunião e resolvemos andar com nossas pernas.
Fui até a maternidade para conhecer os procedimentos. Mudei de médica e cai na conversa de uma médica que dizia ser super a favor do parto normal. Disse que esperaríamos o quanto fosse necessário. Fui conversar com o pediatra responsável da maternidade para dizer que queria o Miguel em meus braços assim que ele nascesse. Queria que ele mamasse antes de ir para o berçário e que ficasse por lá o mais rápido possível. E ele me garantiu que isso aconteceria e que assim que eu voltasse para o quarto da recuperação, meu filhinho já estaria comigo.
E eu fui acreditando...e acreditando! E aquilo foi se tornando um sonho, um desejo cada vez maior. Conseguia visualizar o Miguel nascendo da forma mais bela possível.
E então, no dia 18 de junho, eu estava dormindo e minha bolsa se rompeu as 6h da manhã.
Não estava sentindo dor nenhuma. Levantei, corri pro banheiro e por uns 5 minutos fiquei sozinha, vibrando de alegria e tranquilidade porque havia chegado o grande dia. Eu estava feliz. Estava em paz.
Fui acordar o maridão dizendo: "Acho que o Miguel vai nascer hoje...acho não, tenho certeza!".
Fui tomar um banho, passeamos com o Tódi, meu cachorro, lavei louça, ajeitamos a casa e as coisinhas do Miguel e quando deu umas 8h não sabia mais o que fazer. Estava sem dor nenhuma e não sabia quanto tempo podia ficar com a bolsa estourada.
Resolvi ir para o hospital! (Péssima escolha!!)
A ginecologista que acompanhou meu pré natal estava de plantão na maternidade. Foi ela quem me examinou logo cedo e viu que eu estava apenas com 1 cm de dilatação. E me disse com muito amor: "Confie em mim, tudo vai dar certo!". É claro que eu confiei né?!
Resolvemos esperar até hora do almoço e eu comecei uma maratona interminável nos corredores do hospital. Andei, dancei e fiz todos os exercícios que havia aprendido na Ioga. Eu estava radiante. Estava linda, sorrindo e já sentindo dor. Uma dor que começou bem leve e era totalmente suportável.
Por volta de 13h da tarde, a médica resolveu fazer novo exame de toque. E para minha decepção a dilatação encontrava-se igual. Apenas 1 cm.
(Hoje, entendo que para uma criança vir ao mundo o corpo prepara-se no seu tempo e faz as coisas acontecerem de maneira natural e lenta...sem pressa.)
Foi então que a médica me disse que iríamos para a sala de pré parto e que lá ela me daria um sorinho para ajudar no trabalho de parto! Fui feliz da vida! Nesse momento, ela me disse que não poderíamos esperar maisque 12h depois que a bolsa houvesse rompido. Acreditei piamente nela, afinal era a vida do meu filho que estava em jogo.
Quando a enfermeira espetou a agulha no meu braço, a dorzinha que eu sentia se tornou em um monstro infernal. Soro maldito de ocitocina! (Só depois fui saber que meu corpo se encarrega de liberar ocitocina em doses homeopáticas...em doses que meu corpo pode suportar.)
Começou meu desespero. As dores eram fortes demais. Era como se do primeiro estágio das contrações eu houvesse pulado para o último. E a enfermeira, que deveria me ajudar com apoio psicológico me disse: vai ficar 10 vezes pior! (Obrigada, sua vaca!)
Cada contração parecia uma eternidade. Não conseguia pensar em nada, não conseguia respirar fundo e me concentrar. Não conseguia visualizar o Miguel nascendo lindamente. Aquilo já havia se tornado um terror. Cada contração, vinha acompanhada de uma diarréia. Corria para o banheiro, que devia ter 1 metro quadrado, levando aquele trambolho de soro comigo. Depois entrava no chuveiro e não cabia lá dentro..queria sentar e relaxar, mas minha barriga imensa ficava esbarrando com a porta do box e não podia mexer meu braço por conta do soro.
Voltava para o quarto e era obrigada a ficar ouvindo os azulejos do quarto ao lado serem quebrados. (Tava rolando uma reforminha básica na sala ao lado...)
Tudo isso foi me deixando muito estressada.
Nessa altura, o Tiago estava desesperado. Não sabia mais o que fazer pra me ajudar e eu também não. Nesse momento, bateu o arrependimento pela primeira vez. E se a doula estivesse aqui comigo...?! Tudo seria diferente...talvez, eu nem estivesse tendo que passar por esse soro porque ela iria agir por mim. Ela brigaria com a médica e diria que aquilo era desnecessário...diria que eu iria esperar o tempo que fosse e que aquilo não me faria mal algum.
Mas, a decisão já estava tomada. Éramos só nós três. Nenhuma enfermeira vinha dar um apoio, uma dica, um remedinho pra dor...a médica, sumiu do mapa e a enfermeira que ficava no corredor me mandava ficar dentro do quarto.
Quando deu 15h eu disse para o Tiago: "Quero fazer cesárea. Eu odeio parto normal...odeio contrações..quero anestesia"...Nós demos risada da situação que pareceu totalmente contraditória a tudo que eu preguei durante toda a gestação. Mas eu estava decidida.
Como não poderia esperar mais que 12h, segundo a médica, pedi que me examinasse outra vez e se não tivesse dilatando, não iria esperar mais.
Ela examinou e eu estava com 3 cm...eram 16h e só poderia esperar até as 18h, então, resolvi pela cesárea.
Fui para o centro cirúrgico e só queria anestesia.
Em menos de 1 minuto eu estava sem nada de dor.
Foi uma sensação horrível. A enfermeira jogava minha perna de um lado pro outro e eu não tinha controle algum sobre elas. Meu corpo tremia involuntariamente. Meus braços foram presos e eu só tinha controle dos movimentos da minha cabeça.
Meu chão já havia caído a muitas horas. Estava tentando não me abalar pela situação. Sabia que tudo ficaria bem e que o Miguel nasceria com saúde. Mas saber que ele não nasceria em paz me atordoava.
Esperamos uma eternidade...tivemos que esperar por uns 10 minutos o pediatra chegar, para que a médica pudesse tirar o Miguel de dentro da minha barriga que já estava toda aberta.
E finalmente ouvi que ele era um bebezão fofo, que parecia que tinha 1 mês. Ouvi seu chorinho. Quer dizer, seus berros!
O choro dele não era nada de chorinho de bebezinho...era um choro forte, choro de dor, de desespero.
Pode parecer loucura, mas vocês acham que o bebê se sente confortável nessa posição?


Pelo que me lembro, ele ficou em minha barriga, todo encolhidinho, com
a coluna toda envergada, por 38 semanas. Imaginem acordar de um sono tranquilo e ser esticado brutalmente sem um pingo de carinho? Isso não me parece nada humanizado.
Essa, foi a primeira vez que vi meu filho. Assim mesmo, nos braços da médica.
Depois, ele foi para os "procedimentos" hospitalares.
Só conseguia ouvir ele chorando muito e aquilo parecia não ter fim! Quando iriam acabar com aquela tortura? Nós dois só queríamos estar juntos.
Nada do que eu havia imaginado estava acontecendo. Era para o meu bebezinho estar em meus braços mamando! Oque estava acontecendo? Como eu podia ter perdido o controle dessa maneira? Não era pra ser eu a protagonista do meu próprio parto? Onde estava toda a minha autoridade, minha determinação?

 De repente, ouvi a voz do papai conversando com o Miguel e em seguida um silêncio absoluto.
Ele havia se acalmado depois de ouvir a voz do papai. Aquilo deve ter lhe parecido tão aconchegante e acolhedor que todo seu medo deve ter ido embora. Ele reconheceu a voz do pai e eu fiquei em paz. Mas queria muito vê-lo. Pegá-lo em meus braços. Queria ter sentido seu cheiro antes de ser limpo pelos médicos. Queria que o primeiro contato dele fosse comigo.
Mas não aconteceu. (Hoje, vejo o vídeo de seu nascimento e chego a ficar em desespero. Choro de raiva e por me sentir tão impotente. A forma como o Miguel chora no momento em que estão "cuidando" dele é assustadora. Aposto e ganho que todo esse medo e insegurança que o bebê tem até hoje, todos os sustos que ele leva sem motivo, todos os choros desesperados que chegam a deixá-lo sem ar quando vou trocar uma fralda, são consequências disso. Sei que os médicos lidam com isso todos os dias. Milhares de crianças passam por suas mãos e eles afirmam que a forma como seguram o bebê não lhe causam mal algum. Tenho certeza que estão errados!)
O Tiago chegou ao meu lado, com aquele pacotinho todo enroladinho...só o rostinho de fora. Tentava mexer meu braço mas ele estava preso. Olhei pra enfermeira e pedi que ela me soltasse. Ai dela se falasse que não...rsrs..
E então, nosso primeiro contato. Senti seu rostinho, seu cheirinho que sinto todos os dias antes de dormir. Um cheiro só dele e que só eu sinto. Aquela pele macia, aquela paz. Senti o maior amor do mundo.



Foi tão rápido, que quando me dei conta ele já havia sido levado outra vez.
Fiquei na sala de recuperação contando os minutos num relógio que estava na parede, na minha frente. Todas as mães dormindo e eu tentando mexer minhas pernas pra ir embora correndo dali.
Subi pro quarto as 21h e todas as vezes que abriam a porta do quarto, achava que era o Miguel. E as enfermeiras me mandavam descansar. Eu não queria descansar!! Queria meu filho! Mas minha vontade não mudou nada.
Ele nasceu as 18:58 e chegou no quarto as 2h da manhã. Ficou esse tempo todo no berçário, dentro de uma incubadora sendo que nada podia aquecê-lo mais e melhor do que eu.
Quando chegou no quarto, percebi que meu pesadelo havia terminado. Agora ele era meu. Finalmente. E ai de alguém se tentasse tirar ele de mim.
Chegou calmo e observando tudo. Coloquei ele no colo e ele não parava de olhar pra gente. Ficamos ali, babando nele. Como se o mundo houvesse parado.
Ainda hoje, me pego olhando pra ele como naquele dia, por horas...cada movimento, cada sorriso, cada pum, cada espreguiçada, é sempre uma novidade.
É um amor que não se cansa de amar. Para os outros pode parecer coisas comuns, mas pra mim é intenso demais.
E foi assim, que tive meu Miguel nos braços pela primeira vez...

Com esse topete de jogador de futebol e com essa carinha de sapeca.

Meu lindo, meu príncipe, meu amor. Quero te pedir perdão por não ter sido firme o bastante para que você chegasse ao mundo da maneira que a mamãe sonhou pra você. Não quero mais sentir culpa por isso, mas não há um dia que eu não coloque minha cabeça no travesseiro e pense que podia ter sido diferente.
Queria que sentisse toda segurança que eu e o papai tínhamos pra lhe dar assim que nasceu, mas isso infelizmente não foi possível. Em algum momento do caminho a mamãe perdeu o rumo...Mas quero que saiba que agora as coisas são diferentes! Sou como uma leõa. Quero ver quem se atreve a te tirar de perto de mim. Quero que saiba também que não precisa ter medo. Você não está sozinho. Repetirei isso quantas vezes forem necessárias pra que você se sinta tranquilo e seguro. Estarei aqui pra você sempre, todos os dias de minha vida! Jamais vou te deixar sozinho outra vez, ok?!
Obrigada filhinho por me ensinar que devemos lutar mesmo, com todas as forças para conquistarmos nossas coisas...

E obrigada a todos por ouvir meu desabafo.
Espero que minha experiência possa mudar o rumo de alguém!

Beijos

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O começo!


Devo começar contando como o Miguel surgiu em nossas vidas.
Para a nossa alegria, minha linda ginecologista não tinha amostra grátis do meu contraceptivo. Tava meio dura e achei que não deveríamos gastar o pouco de dinheiro que tínhamos no mês. Juramos usar preservativo! Mas, nem tudo sai como o planejado.
Era meu aniversário e depois de uma garrafa inteira de vinho me lembrei que não havíamos lembrado que eu estava sem remédio.
Seis semanas depois, estava eu, no consultório da minha médica com o resultado do exame de sangue e a notícia: "Parabéns Ma, você será mamãe!"
Estava meio passada, desde o dia anterior, quando eu havia feito dois testes de farmácia e os dois confirmavam a gravidez. E mesmo com o exame de sangue em mãos, não tava botando muita fé!
A Dr. Flávia (minha linda ginecologista), me pediu um ultrasom naquele mesmo dia.
Cheguei pro exame sozinha e as duas médicas ficavam olhando pra tela com cara de interrogação e falando em códigos. Me senti na quinta série quando conversava assim com minhas amigas para minha mãe não entender que estávamos falando de algum babado forte!
A minha tela para acompanhar o ultra, não estava ligada e eu ficava perguntando se estava tudo bem com o bebezinho e elas me mandavam esperar. Até o momento em que uma delas disse: "Ouça o coraçãozinho dele..."
TUM TUM, TUM TUM, TUM TUM...
Depois de uns 3 segundos ouvindo aquele som, parecia que eu ouvia o som do universo, uma orquestra, um coral infantil...parecia que eu ouvia o som mais lindo do mundo por horas...
Mas foram apenas 3 segundos...3 segundos que fizeram meu coração também acelerar.
Involuntariamente estava chorando. Involuntariamente estava sorrindo. Involuntariamente estava amando!
Saí da sala com as pernas tremendo.
Naquele dia, nasceu em mim uma nova pessoa.
Como a gente pode amar uma pessoa que nem existe ainda? Quer dizer, existe em forma de "minhoquina", de feijão...como podemos sentir afeto por um grão de 6 mm?
Pois é, até hoje não sei explicar como isso é possível. Mas sei que aquele som tão belo me transformou.
Não só a mim.
Minha relação com o Tiago deu um giro de 360 graus. Amadurecemos, crescemos e aprendemos a conviver um com o outro. Agora sim, queríamos mais do que nunca deixar pra trás tudo que havia nos magoado em nossa relação...agora sim tínhamos verdadeiro motivo para isso!
Esse bebê já estava ali para nos ensinar.
Aprendemos que nosso amor era intenso demais para vivermos de coisas superficiais.
E também aprendemos que atitudes têm consequências e precisam ser assumidas.
Aquele bebezinho, de apenas 6 mm, havia sido colocado em minha vida por Deus para que eu conhecesse o meu melhor lado. O meu lado mãe. O lado que ama de forma incondicional e 100% sincera.
Aquele pequeno ser, estava ali pra me ensinar a viver.
E todo aprendizado de uma nova vida estava apenas começando...as transformações foram acontecendo dia após dia.
Passei horas e mais horas da minha gravidez olhando para aquele berço vazio e imaginando como seria o Miguel. (Confesso que não cheguei nem perto...ele veio muito mais lindo!)
Durante a espera eu estava radiante! Uma felicidade que não cabia em mim e se transformava em brilho exterior.
E quando eu pensei que já não sabia como poderia existir um amor tão intenso, o Miguel resolveu nascer...
Mas isso eu conto num novo post!

Beijos